Disse que me disse: Hélio Oiticica e os Parangolés

16:33 / Postado por Priscila Teixeira Santos /


Hélio Oiticica, neto de José oiticica, nasceu em  26 de julho de 1937 no Rio de Janeiro.Hélio Oiticica é considerado por muitos como o artista plástico mais revolucionário de sua época e suas obras são reconhecidas internacionalmente.
  


Em 1959 com a ruptura do movimento concreto Hélio Oticica fundou , em conjunto com Lygia Clark, Lygia Pape, Amílcar de Castro, Franz Weissmann, Reynaldo Jardim, Sergio Camargo, Theon Spanudis e Ferreira Gullar, o movimento neoconcretista.Esse movimento recuperava o humano, reabilitando o sensível, procurando-o fazer fundamento de um conhecimento real.
Ferreira Gullar, Lygia Pape, Theon Spanúdis, Lygia Clark e Reynaldo Jardim unicamp.br

Amílcar de Castro
 
Um ano depois da criação do movimento neoconcretista, Hélio Oiticica, iniciou seu projeto de mapeamento do ambiente cultural, proposta que ajuda-nos a refletir sobre os conflitos urbanos da cidade. Já em 1960 Oiticica criou sua primeira proposição ambiental: o Penetrável. Trata-se de uma espécie de cabine ou labirinto composto de planos de cor, visto que "a relação entre o espectador e a estrutura-cor se dá numa integração completa, pois que virtualmente é ele colocado no centro da mesma", como está explicado em sua obra póstuma Aspiro ao Grande Labirinto.


Em 1961, Hélio Oiticica apresenta o projeto Cães de Caça. A proposta dessa obra é de evidenciar a aglomeração caracteristica das cidades.Caso construído, seria tão grande que Oiticica realizaria concertos musicais em seu interior. Desse modo, aquilo que foi inicialmente planejado para absorver o espectador iria se tornar um meio de organizar o espaço da cidade.

Em 1964, Hélio Oiticica, projeta em sua obra as cidades de um modo mais especifico com a criação dos Parangolés.
























O relato dessa descoberta aparece regisrado em Aspiro ao Grande Labirinto:

"Na Praça da Bandeira havia um mendigo que fez assim uma espécie de coisa mais linda do mundo: uma espécie de construção. No dia seguinte já havia desaparecido. Eram quatro postes, estacas de madeira de uns 2 m de altura, que ele fez como se fossem vértices de retângulo no chão. Era um terreno baldio, com um matinho, e tinha essa clareira que o cara botou as paredes feitas de fio de barbante de cima para baixo. Bem feitíssimo. E havia um pedaço de aniagem pregado num desses barbantes, que dizia "aqui é..." e a única coisa que eu entendi do que estava escrito era a palavra "Parangolé". Aí eu disse 'é essa a palavra'".

Hélio Oiticia afirmava que "na arquitetura da 'favela', por exemplo, está implícito um caráter do Parangolé, tal a organicidade estrutural entre os elementos que o constituem". O Parangolé é a representação das necessidades das pessoas.Os Parangoles assim como a Obra de Hélio Oiticica trabalham  imagens de realidade. São como quadros, nada é isolado, o conjunto sensorial domina.
Revista AU 

1 comentários:

Anônimo on 21 de novembro de 2010 às 10:05

Um grande artista, acabei de voltar da 29ª Bienal aqui em São Paulo e pude admirar algumas obras deste revolucionário da arte! Totalmente demais!!!!!
Paz a todos!!

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